A principal estrutura vulcânica da ilha do Fogo é o vulcão Monte
Amarelo, que constitui a própria ilha; formado por camadas de lavas e
piroclastos, é um caso típico de estratovulcão. A cratera - 100 a 200 m de
profundidade e 500 m de diâmetro -, domina a paisagem e constitui um conjunto natural
espectacular formado pelo vulcão, a Chã e a Caldeira. No Pico do Fogo não se
regista actividade eruptiva desde o final do séc. XVIII.
…até
ao século XX
Desde o início do povoamento – séc. XV
– até 1995 registaram-se mais de 20 erupções na Chão das Caldeiras, as últimas
das quais em cones adventícios, situados na Chã e formados na base do vulcão
principal (pico); pelos cones sairam os produtos vulcânicos como lavas e
piroclastos.
Eleva-se em forma de cone, com arribas abruptas no contorno
litoral, apenas com duas fajãs: Casinha-Bombardeiro e Mosteiros. Dezenas de
cones adventícios estão dispostos em torno de cone principal., muitos deles
estão hoje cobertos de vegetação e trabalhados em socalcos.
O Vulcão da Fogo parece ter estado activo desde o povoamento até
meados do séc. XVIII. Há notícia de erupções em 1500, 1564, 1596, 1604, 1664,
1721-25, 1761 e 1769. A sua actividade posterior tornou-se mais intermitente,
registando-se curtos períodos efusivos nos anos de 1785 – ano em que foi
observada pela primeira vez por um naturalista, João da Silva Feijó; 1799,1816,
1847, 1851, 1852 (neste ano o governador Fortunato José Barreiros deslocou-se
ao Fogo para ver a erupção), 1857 e 1951.
Em 1847, a erupção destruiu muita terra arável, mas não houve
vítimas humanas. A lava cobriu a costa ao longo de 2 a 3 milhas, em direcção ao
mar, conta John Rendall. Só em 1870, o primeiro europeu desceu à cratera do
pico mais alto do Fogo - foi Guilherme Augusto de Brito Capelo (1839-1926), que
acompanhava uma expedição francesa à ilha.
1951 e 1995
Teixeira
de Sousa, em Ilhéu de Contenda, descreve a erupção de
1951:
«A terra tremeu forte. Logo
por trás da serra vimos rolos de fumo subindo. Gritaria, correria, desmaios, a
população de S. Filipe entrou em pânico. Sobre a cidade começou a chover uma
poeira negra como azeviche. Em minutos ficaram as ruas, os telhados, cobertos
desse pó negro. Parecia uma cidade de luto.»
A erupção iniciou-se a 12 de Junho, onde se formam os cones do
Monte Orlando - designação dada para homenagear Orlando Ribeiro - e Monte Rendall, assim chamado em memória do Administrador do Concelho à data: Luís Silva Rendall. A lava escorreu em vários braços, destruindo por
exemplo a povoação de Cova Matinho e os terrenos de cultura.
A 2 de Abril de 1995, ocorreu a última erupção do século XX, precedida de
sismos nos 5 dias anteriores. As cinzas cobriram cerca de 88 km2 e o cone e a
lava ocuparam cerca de 4,7 km2.
«Observaram-se fortes
explosões de gás e geraram-se fontes de lava com mais de 400 metros de altura.
Bombas vulcânicas plásticas, de dimensões até 4 metros, atingiram distâncias de
250 metros a partir da fissura principal, com cerca de 2 km de comprimento. Uns
espessa coluna eruptiva atingiu, nesta fase, uma altura da ordem dos 500
metros.(…) A actividade vulcânica terminal foi de estilo estromboliano, menos
intensa e acompanhada por importantes emissões fumarólicas.», que se
mantiveram até Outubro de 1996.
2014-2015
Acompanhe aqui a evolução da actividade vulcânica.